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OFÍCIO do (brigadeiro) José Custódio de Sá e Faria, para o (ministro e secretário de Estado dos Negócios da Marinha e Domínios Ultramarinos), Martinho de Melo e Castro, dizendo que, se não cumpriu as Ordens enviadas por (D. José I) para partir para o Iguatemi, foi porque o (governador e capitão-) general da capitania de São Paulo (D. Luís Antônio de Sousa Botelho Mourão, morgado de Mateus), não as transmitiu, alegando que o não queria expor às terríveis epidemias que assolavam aquela região e pedindo-lhe que, por escrito, desse a sua opinião acerca da defesa daquela praça. No entanto, tendo recebido novas ordens, disse ao dito brigadeiro que partisse , informando-o sobre o local, dizendo que o estar na margem do rio, do mesmo nome, não constitui defesa suficiente para impedir aos castelhanos a sua passagem para os "campos da Vacaria" ao norte do dito rio, sendo necessário fortificar o passo da serra de Maracaju por ser o único aberto para os mesmos campos. Parece-lhe que a dita praça não se poderá manter senão com grande despesa da Fazenda Real, devido às epidemias que a assolam causando grande número de mortesReferindo-se à entrada dos castelhanos nos sertões de Ivaíe Tibaji acha que só a podem fazer pelo passo da já citada cordilheira, tendo de embarcar no Iguatemi para passarem ao Paraná, visto que o salto grande (do Paraná) não é transitável e deste mesmo salto correm, para o nascente, altas montanhas, por entre as quais se despenha o "Rio Grande de Curitiba" que fecha, pelo sul, a entrada dos ditos sertões. Com grande dificuldade poderiam intentar aquela entrada pela outra "Vacaria" a nordeste das missões castelhanas do Uruguai e ao sul da nascente deste rio, saindo das ditas missões e vindo apanhar a estrada que vem do Viamão e Rio Grande de (São Pedro) do (Sul) para São Paulo. Também pelo Iguatemi não vê grandes possibilidades, pois não existem sítios propícios à navegação nem possuem os castelhanos prática da mesma, apesar de se terem antigamente estabelecido no Paraná. Acha que os ditos sertões se poderiam povoar, servindo o rio Paraná de barreira. Concluindo, acha que, se não se tivesse feito no Iguatemi aquela povoação, nunca os castelhanos tentariam contra os portugueses qualquer ataque por aquele lado, nem se lembrariam que estes o fizessem dada a grande distância entre as povoações castelhanas e portuguesas. Deste modo ficavam os portugueses com todas as vantagens de os poderem surpreender o que não se dá visto que com uma povoação tão perto estão os castelhanos sempre vigilantes, tornando-se mais difícil entrar no Paraguai.

Description level
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Reference code
PT/AHU/CU/023-001/0030/02677
Title type
Atribuído
Date range
1774-09-20 Date is certain to 1774-09-20 Date is certain
Descriptive dates
em São Paulo
Dimension and support
papel
Physical location
AHU_CU_SÃO PAULO-MG, Cx. 30, D. 2677
Previous location
AHU-São Paulo-MG, cx. 30, doc. 2677
Language of the material
português
Alternative form available
Cópia microfilmada AHU e Biblioteca Nacional do Brasil, mf. 33
Notes
Anexo: certidão.
Creation date
18/12/2018 13:30:46
Last modification
19/12/2018 12:08:16