CARTA do governador e capitão-general do Estado do Maranhão [e Grão-Pará], Alexandre de Sousa Freire ao rei [D. João V], apresentando as queixas do ouvidor-geral do Maranhão, [Matias da Silva e Freitas], e do escrivão do Juízo dos Defuntos e Ausentes, Manuel Vieira de Carvalho, contra os procedimentos abusivos e despóticos praticados pelo provedor-mor [da Fazenda Real da mesma capitania], João Valente da França, mandando prender o escrivão e confiscar-lhe todos os bens e escravos, para além do tratamento escandaloso dado pelos soldados à mulher e filhos do escrivão, por ordem do provedor-mor, acusando o dito escrivão da recusa em entregar-lhe os autos do inventário e termos de arrematação dos bens deixados pelo [procurador-geral das Missões no Maranhão], padre João Teixeira; referindo que o mesmo provedor-mor punha em causa a legitimidade do testamento e dos termos de arrematação aplicados pelo referido ouvidor-geral; solicitando ordens régias para que possa punir o comportamento inadequado e despótico do dito provedor-mor, o qual havia interferido também nos assuntos de jurisdição exclusiva do governador.