OFÍCIO do [governador do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo], conde de Bobadela, [Gomes Freire de Andrade], ao [secretário de estado interino da Marinha e Ultramar], Francisco Xavier de Mendonça Furtado, informando terem sido encontrados na cadeia de Vila Rica uns panfletos a favor dos padres da Companhia de Jesus, acerca do qual mandou averiguar o seu autor e instaurar uma devassa do sucedido pelo juiz ordinário, Luís Henriques de Freitas, de cuja diligência foi retirado por prevaricações e falsidades praticadas em todo o processo; considerando importante a continuação das averiguações para se encontrar a origem desses panfletos, propôs à Relação do Rio de Janeiro a designação de um ministro para proceder a nova devassa, razão pela qual a Mesa do Desembargo do Paço nomeou o desembargador, Agostinho Félix Santos Capelo, devendo ser auxiliado pelo juiz de fora de Mariana, o desembargador José António Pinto Donas Boto, servindo como escrivão da devassa; informando as suspeitas de culpa que têm no padre Francisco da Costa, como autor do papel, e nos cónegos, Francisco Xavier da Silva e Manuel de Paiva e Silva, e no negro angolano, Veríssimo, como seus cúmplices, aos quais deu ordem de prisão.