Carta particular do governador, João António de Sá Pereira, para seu tio o conde de Oeiras, consultando-o se devia ou não aceitar o donativo de 600.000 réis que a nação inglesa costumava oferecer em dia de réis aos seus antecessores e, relatando a origem deste costume, diz o seguinte: «a nação (inglesa) querendo obsequiar os governadores para os ter sempre propícios a fim de melhor continuar nos grandes interesses que tira desta ilha e vendo que as suas embarcações nada pagavam para o governo, impôs, com permissão da sua corte, um tributo aos capitães dos seus navios da quantia de 240 réis por cada pipa de vinho ou aguardente, de 300 por cada caixa de açúcar, de 150 por cada arroba de casquinha e 200 por cada saco de urzela, que se exporta daqui nas suas embarcações, a que ficaram chamando – direito da nação – cujos são pagos pelos carregadores, sejam portugueses, ingleses ou de qualquer outra mação, para arrecadação do qual nomeiam todos os anos um tesoureiro e escrivão, o que faz uma grande soma; dela se valem para todas as despesas que o comum da nação aqui faz entre as quais é este…» - Refere-se ainda a pequenos rendimentos dos emolumentos da Secretaria do Governo, insuficiente para a despesa do expediente e aos seus precários recursos pecuniários, etc.