OFÍCIO do sargento-mor comandante da praça de Cacheu, Lopo Joaquim de Almeida Henriques, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar, Martinho de Melo e Castro] sobre a ordem para o envio sob custódia, directo a Lisboa ou pelo porto do Brasil, de Frei João de Santa Lucrécia e do presidente seu sucessor, se estiver nas mesmas circunstâncias de público escândalo; chegada de Frei Luís de Gaia Correia, vindo de Geba, autorizado pela Província, Comissário Geral de todas as negociações, conforme traslado do requerimento que envia; descreve a praça de Farim, muito abandonada, cujos canhões estão enferrujados; os habitantes de Cacheu são gentios de diferentes nações, mal baptizados e sem instrução; comportamento despótico dos seus antecessores, exemplificando com o seu antecessor que mandou soldados com armas carregadas prender alguns forros que se achavam levantados, o que provocou uma desordem ainda maior; renovação da amizade com o rei do Churo; descrição da praça de Ziguinchor, onde os franceses e ingleses vêm sacar os géneros de cera, marfim e escravos, prejudicando o comércio nacional; notícia da intenção dos franceses estabelecidos na ilha de Goré e Senegal, de virem apossar-se do presídio de Ziguinchor, o que ficou impossibilitado pela acção das embarcações inglesas e americanas dos estabelecimentos da Serra Leoa, que destruíram as suas embarcações; chegada de uma grande escuna inglesa, que ali fundeou; remessa no próximo navio de um mapa dos escravos e da cera exportados da praça de Cacheu.