CARTA do governador de Cacheu, Manuel Pinto de Gouveia, ao príncipe regente [D. João] sobre: descreve geograficamente a situação da praça de Cacheu, seus edifícios e defesas (baluartes, tabanca, casa forte, artilharia, etc.) e a vizinhança de gentios Papéis; é habitada por número diminuto de homens e mulheres descendentes do gentio; é defendida por uma diminuta guarnição, da qual alguns soldados têm fugido para a praça de Bissau, porque aí têm soldo e ração melhores; a guarnição é formada por indisciplinados e rústicos, sendo urgente o envio de voluntários e oficiais de carpinteiro, ferreiro e pedreiro, providos com os seus materiais de trabalho; necessidade de material de guerra; somente 2 ou menos navios, aportam por ano, transportando apenas géneros de fazenda própria, como ferro, espingardas, pólvora, terçados, espadas, aguardente, missanga e outras bagatelas, para a compra de escravos e cera; comércio com os habitantes de Cacheu, Farim e Ziguinchor e com os gentios de diversas nações; reedificação de uma casa e de baluartes e montagem de artilharia para defesa dos gentios.