OFÍCIO do governador de Bissau, Francisco José Muacho, ao secretário de estado da Marinha e Ultramar, António Manuel de Noronha, a informar ter sido visitado pelo rei gentio vizinho com toda a sua corte, o qual foi recebido com todas as formalidades do estilo tendo-se retirado na melhor amizade; emite algumas reflexões sobre o estado da praça, a saber: a praça é mais de comércio do que de guerra; a artilharia está em mau estado; a tropa da guarnição é indisciplinada; os edifícios que servem para aquartelamento, hospital e armazém para guardar os géneros da Fazenda, estão mal reparados e impróprios; a capela real indigna para ali se celebrar missa; o armazém da Fazenda quase vazio, contendo apenas uma pouca de pólvora e uns panos de agulha, géneros inúteis para pagar à tropa; os soldos dos oficiais são diminutos; dá um grande elogio ao major, Luís António de Bastos, único oficial da guarnição, com inteligência e conhecimentos militares.