OFÍCIO do governador de Cabo Verde, Joaquim Salema de Saldanha Lobo, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Martinho de Melo e Castro participando do estado miserável em que se acham essas ilhas e as continuadas fomes que as têm assolado provocadas pela irregularidade das chuvas, a que se seguiu uma grande mortandade de gente, de gados e a necessidade geral da população; lembra da proposta que fizera para se distribuir o milho para sementeira, por fiado ou por empréstimo, que eram remetidos por comércio através da Companhia de [Grão Pará e Maranhão], pelo fraco ou nulo poder de compra da população; da informação que dera sobre o falecimento do Bispo [frei D. Pedro Jacinto Valente] a 19 de Janeiro e acerca da brevidade da nomeação de um sucessor considerando a importância deste, de passar a residir, de novo, naquela capital; e refere os interesses particulares que conduzem os mestres das embarcações da Companhia a girarem, contra as ordens que lhes são dadas, de umas para outras ilhas, atrasando por este modo as entregas dos ofícios dos serviços reais e do Conselho Ultramarino, como se tem passado com o mestres José Falcão do iate Nossa Senhora da Boa Nova e José António Vargas do iate Nossa Senhora do Bom Despacho.