OFÍCIO do naturalista, João da Silva Feijó, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Martinho de Melo e Castro, informando exaustivamente da sua expedição, a saber: ida à ilha Brava examinar uma mina de salitre, tendo recolhido todo o que havia; da análise que fez, concluíu que aquela matéria nunca foi salitre, mas sim sal amargo e a quantidade é tão limitada e a extracção tão arriscada, que não tem importância alguma; voltando à ilha do Fogo, foi visitar por três vezes o vulcão que ainda fumegava, daí elaborou um pequeno discurso filosófico com o título de Memória sobre a nova irrupção volcanica do Pico da Ilha do Fogo, que remete; encontrou-se uma porção de enxofre impuríssimo em pequena quantidade e uma avultada porção de caparreza, que se tem deixado perder nas cheias das águas passadas; cálculo das despesas; início da formação de um herbário, de uma colheita de sementes e de uma colecção de borboletas, para serem remetidas na próxima monção; irá de seguida às ilhas de Barlavento, a fim de remeter uma colecção de peixes e lagartos esquisitos; remete pela galera Nossa Senhora da Nazaré e pela corveta São Francisco de Paula, uma barrica com peixes, uma caixa de folha de flandres com amostras de sais e enxofres, uma pequena colecção de sementes, três tabuleiros de borboletas da ilha de Santiago e sete caixões com minerais, sendo tudo acompanhado com as respectivas relações.