OFÍCIO do governador de Cabo Verde, D. António Coutinho de Lencastre, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], visconde de Anadia [João Rodrigues de Sá e Melo], sobre: ancoragem neste porto de uma divisão francesa, composta de uma nau, duas fragatas e um brigue, cujo chefe é, M. L’hermitte, tendo-se demorado uns dias para fazer aguada e tomar refresco; como não trazia dinheiro, foi dada uma letra, que remeteu a um negociante da corte, de nome, Henrique José Baptista, para que a receba; os franceses foram tratados com toda a urbanidade que cabe nos termos da política, tendo expressado os seus vigorosos agradecimentos; foram deixados generais ingleses e mais prisioneiros, tendo sido fretado um navio americano para os transportar para a ilha de Barbados; antes da divisão francesa, tinha estado neste porto uma escuna francesa, vinda de São Maló, que viajava para o monte Ovídio; estando no dia em que chegou, 5 navios ingleses ancorados, destes saíram várias lanchas a querer aprisionar a dita escuna; considerou isto um insulto à bandeira de S.A.R., e mandou disparar sobre as pequenas embarcações inglesas, tendo estas desistido do seu objectivo.