REPRESENTAÇÃO dos habitantes da ilha da Boavista, ao rei [D. João VI], a pedir justiça, relativamente à perca e destruição das suas propriedades, resultante do comportamento despótico e vingativo do actual governador, António Pusich, cujas intenções, são sómente de aumentar a sua propriedade e enumerando vários procedimentos que o provam, tais como: tirar gente à força da ilha de Santo Antão para a ilha de São Vicente; comprar uma escuna, por conta da Fazenda Real, que foi enviada à costa de Àfrica, donde voltou com escravos a frete; ordenar aos habitantes da ilha de São Nicolau, que levassem a um corsário insurgente que ali aportou, todos os víveres e refrescos que ele quisesse; mandar tirar de todas as ilhas os forais; chamar a si as patentes de todos os oficiais da capitania; aumentar o preço das ancoragens; lançar novos impostos e contribuições sobre o milho, vinho e gados; proibir a escuna da Fazenda Real, que da vila da Praia seguiu para a corte, de transportar a mala do correio, com receio de mais queixas.