OFÍCIO do governador de Cacheu, João Cabral da Cunha Goldofim, ao governador de Cabo Verde, João da Mata Chapuzet, a participar que partiu para a praça de Ziguinchor, saber do motivo porque o gentio inimigo está em guerra com ela; foi muito bem recebido pelo povo e pela nobreza, tendo os gentios inimigos se apresentado e conjuntamente com os gentios amigos que tinham dado socorro à praça, proposto a paz; ficaram muito contentes pelo modo como lidou com eles; elogia o comportamento do comandante de Ziguinchor, apesar das suas doenças e dos 75 anos de idade, assim como dos seus habitantes; o ex-governador não deu socorro algum, antes pelo contrário, e se tivesse passado mais um ano do seu governo, a praça ficava totalmente perdida; chegada a Cacheu, tendo sido muito bem recebido pelo comandante e por todos os habitantes; determinou mandar levantar o forte de Santo Ambrózio que faz frente para o mar, tendo mandado vir de Cacheu peças de artilharia para sua defesa; extinguiu a confraria da praça de Ziguinchor, tendo ficado 2 juízes em seu lugar; abono de 300$000 réis pela Fazenda Real, para ajudar o levantamento de uma tabanca, sendo a restante despesa paga por uma derrama sobre os habitantes; o traidor, Luís Rodrigues da Costa, que motivou a guerra, fugiu para o interior e daí para a Gâmbia, tendo oficiado ao respectivo governador, para o capturar.