Ofício do governador de Cabo Verde, João da Mata Chapuzet, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar] Joaquim José Monteiro Torres, descrevendo a sublevação de toda a guarnição da praça de São José de Bissau, sob o pretexto da distribuição do rancho insuficiente; roubo dos armamentos e munições do arsenal tendo-se dirigido à casa do governador, requerendo as chaves da praça, que lhes foram entregues; tomada de uma embarcação fundeada no porto, ficando presos em terra, o dono e capitão; os amotinados abriram fogo de artilharia sobre alguns edifícios, tendo o chefe da revolta matado o camarada do capitão, Vicente José das Neves; na confusão geral que durou desde o 1º de Maio até o dia 7, as medidas adoptadas pelo governador, mostraram cobardia e uma moderação repreensível e criminosa, indigna do seu cargo; chegada da fragata britânica Le Wen, que obrigou à fuga dos cabeças da desordem, tendo sido presos 38 soldados, 5 oficiais e o padre Vigário Capelão da Tropa, os quais foram remetidos à Vila da Praia, onde se acham para serem julgados; o restabelecimento do serviço de Sua Majestade na praça de Bissau, dependeu de uma convenção feita entre os amotinados, o governador e os oficiais no dia 7, afim de prestarem um juramento pelo qual se obrigaram ao esquecimento do passado.