OFÍCIO do governador de Cabo Verde, Caetano Procópio Godinho de Vasconcelos, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], António Manuel de Noronha, a participar que o comandante militar da ilha da Boavista, lhe comunicou o naufrágio na ilha do Sal, de um bergantim italiano que transportava 600 espanhóis para Maldonado, na América do Sul, a fim de lá se empregarem na agricultura; para obviar que tão grande número de naufragados perecessem de fome, encarregou António de Sousa Machado, genro e agente do negociante, Manuel António Martins, para ir à ilha do Sal indagar da situação e informá-lo dos meios mais convenientes, para saírem daquela ilha, ou transportando-os para o paíz do seu destino, ou regressando às ilhas Canárias, donde haviam saído; o mesmo negociante, tratando com o espanhol encarregado da condução daqueles agricultores, convencionou fazê-los transportar para o seu destino, estando quase prontos 2 navios, tendo-se concluído tudo, sem despesa alguma por parte da Fazenda Pública da província.