OFÍCIO do [governador e capitão-general de Angola] D. Francisco Inocêncio de Sousa Coutinho, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Martinho de Melo e Castro informando que a corveta que havia chegado no dia 4 de Julho de 1771 fizera boa viagem, tendo chegado em boa saúde todos os oficiais, militares, fundidores e degredados, bem como as plantas, modelos e instruções; referindo o prosseguimento das obras da fábrica de ferro, e construção de: engenho para um forno do refino, feito por um carpinteiro da fábrica e por outro degredado acompanhados pelo tenente Manuel do Nascimento; um modelo dos foles de pau, feito pelo carpinteiro degredado, José Joaquim, assim como a construção de um pequeno forno para testar a habilidade dos fundidores de Figueiró, que se recusaram a ensinar os fundidores naturais e naturalizados, alegando o segredo da profissão, tendo contudo sido vencido esta primeira contrariedade, ficara por ensinar a lição do refino, a ser ministrada pelo oficial mais velho Pedro Simões; referindo serem as minas de ferro inexgotáveis e boa a habilidade dos fundidores; aprovando o trabalho e dedicação dos fundidores de Figueiró e reprovando o trabalho dos latoeiros, sugerindo que num futuro próximo seriam despedidos, tecendo elogios à qualidade do ferro e ao futuro da fábrica; referindo o estado de doença e de tristeza em que se encontrava o fundidor de Figueiró, Manuel Simões, ao qual prometera para o alentar, que regressariam todos a casa tão logo os naturais dominassem a arte.

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