OFÍCIO do [juiz de fora e provedor da Fazenda Real de Benguela], António da Silva Lisboa, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Martinho de Melo e Castro, sobre o despotismo do governador daquela capitania, Francisco Paim da Câmara e Ornelas, acusando-o de desrespeitar as leis, as ordens régias e a magistratura, de instigar o corpo de Auxiliares à insubordinação, de espalhar ideias sediciosas, de dar asilo a contrabandistas e de pactuar com quem resistisse à justiça, como foi o caso do cirurgião-mor Manuel António Pires da Mota; referindo que o governador instigava à intriga, à calúnia e à discórdia entre os moradores e ignorava as advertências do [governador e capitão-] general [Manuel de Almeida e Vasconcelos] e da Real Junta de Administração; advertindo que aquele comportamento prejudicava a capitania e o comércio.

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