OFÍCIO do [governador e capitão-general do reino de Angola], Miguel António de Melo, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Rodrigo de Sousa Coutinho, sobre a pesca ser a principal ocupação dos muxiluandas desde sempre, actividade que os sustentava a eles e a boa parte do sertão e fomentava o comércio, sendo o peixe levado seco e salgado para o Brasil; dando conta que o baixo custo e a abundância do género permitia alimentar muitos, como testemunhara o vice-almirante António Januário do Vale, em 1784, mas que ultimamente os muxiliandas quase tinham abandonado a actividade, talvez por serem usados e pagos no serviço real, faltando peixe e sendo muito caro o que aparecia, levando à diminuição da última arrematação do contrato do dizimo do pescado; referindo que delineara providências para tentar restaurar a prosperidade das pescarias [e povoar as ilhas de São João da Cassanga e de Nossa Senhora do Cabo, onde eles pescariam], e de onde eram naturais e para onde gostariam de retornar.

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