OFÍCIO do governador e capitão-general de Angola, D. Miguel António de Melo, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar] D. Rodrigo de Sousa Coutinho, a informar da chegada da galera "Santo António", que fez escala em Benguela e que está carregada por conta do seu senhorio, o negociante da praça de Lisboa, José António Pereira e destinada a vir comprar escravos nos portos de Cabinda e vizinhos, tendo para isso embarcado nela uma porção de fazendas próprias parao dito comércio e que foram compradas no porto franco de Lisboa, sendo inadmissíveis por via da regra, neste Reino nos termos da carta de lei de 13 de Maio de 1796; no entanto, não pôde atingir os fins pretendidos, porque os ingleses que lá encontrou lhe impediram o comércio com astúcia e também porque os negros daquelas paragens são nossos inimigos declarados; participa que a galera voltou a este porto, tendo-lhe José António Pereira requerido despacho para as ditas fazendas, sem as quais não podia dar saída às outras de lei que trazia; acabou por lhe deferir a pretensão depois de ouvir os procuradores régios; pede para que S.A.R. mande advertir os negociantes de Lisboa para legalizarem as fazendas que estiverem nestas condições.

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