OFÍCIO do chefe de divisão, Joaquim José Monteiro Torres, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar] D. Rodrigo de Sousa Coutinho, a relatar a sua viagem desde a ilha de Santiago em Cabo Verde, comboiando a galera "Bela Elisa" e o bergantim "Prudente Amigo", e tendo fundeado em Benguela em 8 de Setembro; dá conta da viagem ter sido longa e de chegar com 248 pessoas doentes, as quais deram entrada no hospital e na fortaleza, consoante a gravidade das suas moléstias; foram tratados à base de vegetais e quando melhoraram regressaram ao navio, embora um grande número não esteja em condições de trabalhar; informa que deu caça a um bergantim português, proveniente da ilha de do Príncipe, pelo qual tomou conhecimento de em Dezembro de 1799, terem estado naquela ilha 3 fragatas francesas, as quais tomaram a ilha, porém, depois de uma convenção feita entre os franceses e o governo interino da mesma, foi devolvida pelo preço de 500 onças de ouro; pedido de mantimentos ao governador interino da praça de Benguela, o qual forneceu a ração diária de carne, legume e farinha, mas não os podendo suprir para a viagem, assim sendo, fez o pedido ao governador e capitão-general de Angola e também 2 meses de comedorias devidas aos seus oficiais, o que foi satisfeito; considera que o risco corrido numa longa viagem, com tantas doenças, é maior que em combate porque este dura algumas horas; faz o elogio dos seus oficiais, remetendo uma relação com sua atividade e préstimo.

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