OFÍCIO do governador e capitão-general de Angola, D. Fernando António de Noronha, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Visconde de Anadia [João Rodrigues de Sá e Melo], a remeter uma carta do governo interino de Pernambuco, tendo sido participado ao Presidente do Real Erário, a fuga do 1º escriturário contador da Junta da Fazenda Real, José Nicolau da Costa, o qual sem motivo algum se ausentou da cidade, afim de se darem as providências necessárias, certificando que este homem depois de cometer na côrte mil traficâncias, passou ao Rio de Janeiro onde sendo empregado num ofício da administração da Casa do Visconde d'Asseca, roubou dinheiro da mesma; tendo-se passado ordem de prisão contra ele, fugiu num navio que estava a sair para este porto, no tempo em que o governador desta colónia era Manuel de Almeida e Vasconcelos; ultimamente despachado como escriturário da Junta da Paraíba, teve astúcias para enganar D. Rodrigo de Sousa Coutinho, que o nomeou 1º escriturário contador da Junta de Angola, com 600 mil réis de ordenado, tendo dado origem a intrigas e desordens com o escrivão da Fazenda, prejudicando os moradores com as dívidas que contraiu e ficando a dever à Real Fazenda, 300 e tantos mil réis, que lhe foram adiantados pela Junta da Real Fazenda de Pernambuco, a fim de se transportar a este Reino.

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