OFÍCIO do governador e capitão-general de Angola, António de Saldanha da Gama, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Visconde de Anadia [João Rodrigues de Sá e Melo], em que, atendendo à proibição do comércio da escravatura em Inglaterra, considera ser da maior utilidade, que Portugal se aposse de alguns pontos desta costa, que de direito nos pertencem e onde já tivemos estabelecimentos, mas que foram entretanto demolidos; refere como exemplo o porto do rio Loge, pela vizinhança e pela facilidade e pouca despesa, com que ali nos poderíamos estabelecer, evitando o numeroso contrabando, que por ali os estrangeiros introduzem no interior do país; sublinha que temos que aproveitar esta ocasião, antes que o governo francês possa livremente negociar nesta costa; informa que tenciona lá construir em Maio, um pequeno reduto e arvorar nele a bandeira de S.A.R.; lembra que este porto abunda em "Marinhas" e que este género é "ouro" para as nações do sertão.

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