OFÍCIO do governador e capitão-general de Angola, José de Oliveira Barbosa, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Conde das Galveias [D. João de Almeida Melo e Castro], sobre o estabelecimento de duas mestras para educar e instruir meninas, nas ocupações próprias do seu sexo, recebendo cada uma 100 mil réis de ordenado anual; informa que incumbiu o secretário interino do governo de visitar as ditas mestras, tendo verificado que em nenhuma das duas casas encontrou meninas aprendizes; sendo uma das mestras, a viúva do tenente de artilharia, Pedro Bonifácio, que tem a seu cargo duas filhas menores e um filho cadete, faz-se digna de comiseração, para não ficar sofrendo a mais rigorosa indigência, se lhe for suspenso este socorro; informa que S.A.R.tinha mandado dar aos governadores, 400 mil réis de mercê ordinária, os quais se dispendiam em obras pias a arbítrio dos mesmos, no entanto com a expedição da carta régia de 23 de Setembro de 1799, foi ordenado outro método de distribuição de tal verba, ficando os governadores privados de um meio que tinham para socorrer algumas viúvas de oficiais militares, de dar aos oficiais que vão em diligências, alguma quantia e de fazer outras obras de caridade; propõe a abolição das duas mestras, por serem inúteis, ficando a Fazenda Real desonerada da despesa anual de 200 mil réis; propõe um método diferente de aplicação dos 400 mil réis de mercê ordinária.

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