OFÍCIO do governador e capitão-general de Angola, José de Oliveira Barbosa, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Conde das Galveias [D. João de Almeida Melo e Castro], sobre a nomeação que o doutor José Maria Bomtempo fez a José Maria Lúcio, para servir o ofício de tesoureiro dos Defuntos e Ausentes, até ao ponto de obrigar o antigo serventuário, Joaquim José Pereira de Sande, a entregar as chaves dos armazéns, em 24 horas; este serventuário pretendeu por todas as maneiras e subterfúgios, conservar-se no cargo, a fim de encobrir os defeitos da sua administração e ganhar tempo, patrocinado pelo ouvidor interino e auxiliado pelo escrivão do juízo, Estevão da Fonseca Negrão; conclui-se quanto tem sido irregular e viciosa, a administração da Fazenda dos Defuntos e Ausentes; informa que foram exercidas violências por homens tais como o dito Joaquim José Pereira de Sande, que enquanto tesoureiro soube tecer uma teia de influências, tendo servido mais de 5 anos, sem dar contas, não havendo moeda alguma no cofre, darem os provedores posse aos seus sucessores e figurar em todas as empresas, na qualidade de tesoureiro, de negociante, de rábula e advogado e de capitão-mor da vila Massangano, respetivamente.

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