REQUERIMENTO do vigário geral do bispado de Angola, Manuel Dantas Lima, ao príncipe regente [D. João], a queixar-se do tratamento ignominioso que lhe foi dado pelo Cabido, "in sede vacante" do bispado; faz uma análise exaustiva do modo como tem sido governada a diocese e como o Cabido exerce a autoridade eclesiástica; informa da prisão de dois sacerdotes, capelães da paróquia do suplicante, de nome Garcia Fragoso e Manuel Patrício, os quais juntamente consigo, foram publicamente alvos de uma escolta militar, ignorando-se qual o crime perpretado; informa que felizmente as prisões ficaram sem efeito, porque tendo o suplicante exposto ao capitão-general, os motivos que impeliram o Cabido a tal excesso, exigiu que voltassem para as suas habitações; o Cabido queixou-se amargamente e esteve quase a privar o suplicante do emprego de provisor e vigário geral, mas tal não aconteceu devido à publicação da carta régia de 15 de Março de 1776, pela qual o rei D. José, estranhou ao arcebispo da Baía ter removido do emprego o seu vigário geral, sem culpa formada e sentenciada legitimamente; pede que S.A.R. puna o Cabido, por estes e outros fatos, que são contra os sagrados canones e as leis pátrias a que todos os vassalos devem obedecer.

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