OFÍCIO do governador e capitão-general de Angola, José de Oliveira Barbosa, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar, Conde da Barca], António de Araújo de Azevedo, sobre a galera espanhola "Junta da Catalunha", cujo mestre é Jerónimo Rodrigues, que saíu de Havana com destino a Montevideu, com escala na Baía; a mesma teve notícia que aquele porto se encontrava em insurreição, tendo deliberado vender a carga a diversos negociantes daquela praça, com o ajuste de a virem dispor por conta deles neste porto; tendo entrado no porto a galera, a requerimento do mestre, permitiu que pudessem vender a carga, a qual consistia em vinhos Catalães e de Málaga, azeite doce, aguardentes e azeitonas; posteriormente o mestre requereu-lhe licença para comprar escravos, o que lhe foi recusado, porque jamais se concedera o comércio da escravatura nos portos sujeitos ao domínio de S.A.R., às nações estrangeiras; requereu-lhe novamente o mestre da galera, licença para comprar mantimentos do país, o que lhe concedeu; informa que o mestre veio munido da cidade da Baía, com cartas de recomendação para as principais casas de comério de Luanda, para quando não lhe fosse permitido o negócio da escravatura, pudesse ser suprido por esta praça até à quantia de 16 contos de réis em fazenda de negro, com ordens para o saque sobre os interessados da Baía, a fim de poder trocá-la por escravos nos portos do Norte desta costa; participa que escreveu ao governador da capitania de Benguela, para que pratique o mesmo com os navios estrangeiros.

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