OFÍCIO do Bispo de Angola, Frei João [Damasceno da Silva Póvoas], ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Conde dos Arcos [D. Marcos de Noronha e Brito], em que, tendo S.M. determinado por carta régia de 23 de Setembro de 1799, que a Junta da Fazenda Real entregue 100 mil réis ao pároco da Sé e outros 100 ao pároco dos Remédios, para serem distribuídos pelos pobres das freguesias, segundo a postulação do ex-governador, D. Miguel António de Melo, todos dias tem recebido requerimentos de viúvas e pobres de Luanda, a demonstrarem a sua indigência, tendo dado ordem aos párocos para que lhe apresentassem uma lista dos pobres, e feito o mesmo pedido ao general, que nada fez; pede providências para resolver esta situação; alerta para as duas ilegalidades que o governador está a praticar, a primeira, tirar os presos perpétuos das galés e fazê-los soldados, o que é proibido, a segunda, não dar baixa aos pobres degredados que acabaram o seu tempo, sem que estes deixem a metade dos seus soldos vencidos, resultando desta, estar a roubar os desgraçados, para o que não está autorizado.

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