OFÍCIO do governador e capitão-general de Angola, tenente coronel, Cristovão Avelino Dias, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Conde de Subserra, [Manuel Inácio Martins Pamplona Corte Real], a informar que quando desembarcou na cidade, foi-lhe entregue uma representação dos principais moradores, na qual pediam a extinção do Governo Provisório aqui estabelecido, à semelhança das Juntas Provisórias Provinciais que as Côrtes tinham decretado para as províncias do Brasil; no princípio não anuiu, mas quando chegou a notícia de que S.M. se encontrava restituído à plenitude do poder de que tinham gozado o seus antecessores, quis o povo que a Junta do Governo fosse dissolvida imediatamente; não ambicionando mais poder de que tinha como presidente do governo, anuiu à dissolução da Junta, por lhe parecer monstruoso um governo sem Lei, por onde se governasse e porque a existência de um governo popular era incompatível com os princípios atuais da moderação, justiça, governo pacífico de S.M. e interesses da Coroa Real; assim sendo, continua a governar Angola do mesmo modo e pelas mesmas leis com que a governaram os seus antecessores, até ao dia da revolução de 24 de Agosto de 1820.

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