OFÍCIO do governador e capitão-general de Angola, Nicolau de Abreu Castelo Branco, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Joaquim José Monteiro Torres, sobre a situação do Batalhão Expedicionário sediado em Luanda, e que veio há 3 anos do Reino; é verdade que o batalhão cometeu um grave ato contra a disciplina e a subordinação, porém as circunstâncias desse acontecimento merecem alguns descontos, principalmente pelo grande e regular serviço que estes soldados têm prestado durante o seu governo; a medida de não fazer render o Batalhão, torna-se perigosa, porque os seus elementos têm esperanças em regressar à Pátria, abrangerá muitos inocentes e provocará desconfiança no exército e praças que vêm destacadas para Angola; informa da pequena força militar que possui, para guarnecer 3 fortalezas e 1 forte, além dos pontos da costa, que será necessário observar e defender; no caso do Brasil continuar nosso inimigo, são indispensáveis 500 a 600 baionetas europeias, se porém tal não se verificar, serão suficientes metade; dá conta que o regimento de linha é composto por soldados degredados pelos seus crimes, sendo parte deles italianos e alguns pretos; informa da sua grande preocupação com a debilidade dos meios de defesa.

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