OFÍCIO do governador e capitão-general de Angola, Nicolau de Abreu Castelo Branco, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Joaquim José Monteiro Torres, sobre um requerimento dos instituidores da Casa de Comércio de João Paulo Cordeiro & Compª, os quais pretendem poder comprar o marfim, no caso que à Junta da Fazenda Real faltem os meios pecuniários para a dita compra, e nas mesmas condições com que se permitiu em Cabo Verde, a compra da urzela a Manuel António Martins; informa que este exclusivo da compra do marfim é a principal das pequenas vantagens que o Erário Régio ou a sede do governo está colhendo deste país; dá conta do contrabando de marfim existente nos portos de Ambriz e mesmo em alguns navios saídos de Luanda e de Benguela; emite as suas considerações sobre este comércio; considera que a venda ou a entrega do marfim, seja sempre feita pela Junta da Fazenda Real e que de modo algum se permita que mais alguém que tenha direito a transportá-lo, o possa comprar em primeira mão, porque se deve esperar toda a probidade, dos atuais administradores da dita casa.

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