OFÍCIO do governador e capitão-general de Angola, Nicolau de Abreu Castelo Branco, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Joaquim José Monteiro Torres, sobre: o porto de Ambriz e o grande sertão que medeia entre Luanda e Benguela; informa que diminuíu a desconfiança e o receio dos povos bárbaros, em termos que já se puderam fazer três remessas consideráveis de gados, que vieram por terra desde o Novo Redondo, sendo que os meios de persuasão e donativos utilizados, são os únicos que resultam; considera os portos de Ambriz do Norte interessantes, enquanto durar o comércio da escravatura; a notícia do tratado concluído a este respeito, causou grande desânimo, sendo indubitável que a maioria dos atuais comerciantes vão sair; o clima e a natureza dos habitantes representam grandes e quase insuperáveis obstáculos aos europeus; não sabe como possa este governo pagar aos empregados públicos e à tropa, sem os direitos dos escravos e sem a riqueza que este comércio produz.

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