OFÍCIO do governador e capitão-general de Angola, Nicolau de Abreu Castelo Branco, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Conde de Basto [José António de Oliveira Leite de Barros], a acusar a receção de um ofício de 19 de Maio de 1828, que trata do estado de ruína em que se encontram as igrejas de Angola; informa que as igrejas de Luanda, foram todas reparadas durante o seu governo, com excepção da Sé e dos Jesuítas; informa que as igrejas da Senhora dos Remédios, de São José, de Nossa Senhora do Rozário, a capela dos Terceiros, de Nossa Senhora da Nazaré, do Corpo Santo, dos padres missionários Barbadinhos, do convento de Nossa Senhora do Carmo, da Senhora do Cabo, na ilha, da Misericórdia e de São José, todas se encontram em estado decente para o culto divino, estando em ruína algumas dos Presídios; participa que o pro-vigário capitular, Manuel Patrício Correia de Castro, sabendo que na igreja da vila de Massangano havia uma grande quantidade de prata, passou ordem para ser remetida para Luanda, a fim de ser entregue a ele próprio, dizendo ao pároco, que ela se aplicaria no conserto das igrejas; também lhe constou, terem-se vendido e embarcado para o Brasil, os signos das duas igrejas denominadas do Desterro e São João da Cazanga, há muito arruinadas, nas ilhas adjacentes a Luanda; informa que a sua relação com as autoridades eclesiásticas, foi inquinada, devido a uma contestação que teve com o falecido Bispo, e por ter evitado o roubo e o consumo que se quis fazer do seu espólio, que se encontra num cofre; informa que o Deão de Luanda, juntamente com 3 ou 4 indivíduos que estão no Rio de Janeiro, fugiram à punição dos seus crimes e roubos ao Estado e aos particulares, e têm procurado vingar-se de si; também lhe atribuem o roubo de 3 contos de réis do Cofre, quando apenas mandou fazer a troca de moeda de ouro pelo de Cédulas, que aqui têm valioso e fácil giro.

Record not reviewed.