OFÍCIO do governador de São Tomé e Príncipe, coronel de Artilharia Gabriel António Franco de Castro, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar] visconde de Anadia [D. João Rodrigues de Sá e Melo] sobre: acusa a receção da Carta Régia de 15 de Novembro de 1803, com a qual não concorda; em desagravo da sua fidelidade e desinteresse, por que se tem regido em 26 anos de serviço, desenvolve em 15 itens as justificações dos seus procedimentos no governo da colónia, e relativos aos seguintes assuntos: pagamentos das ancoragens dos navios; fazendas do negociante, José António Pereira e pagamento dos respetivos direitos; importações, exportações e depósitos no cofre; inventário de todas as terras, por morte do ouvidor; arrendamento da roça Praia Melão, tendo ao seu serviço 170 escravos; conflito entre o ex-provedor, André Teixeira de Sousa e Aragão e o feitor de José António Pereira, por dívida do primeiro ao segundo, tendo mandado admitir fiança; foi deste despacho a favor do feitor, que o dito provedor se deu por ofendido, tendo fugido com medo da punição por outros delitos cometidos, levando consigo outro fugitivo e uma justificação feita pelos seus parentes e amigos, declarando bons serviços.