CARTA do provedor interino da Fazenda Real da ilha de São Tomé, Francisco de Sousa Carvalho, ao príncipe regente [D. João] a informar da chegada ao porto, do bergantim São Boaventura de que é comandante, António Ramos de Queirós, e que está ao serviço das ilhas, vindo com uma tripulação de mais de 50 praças; o atual governador, Gabriel António Franco de Castro, mandou dar cacha ao capelão e principiou o seu plano para minar o comando do navio, a saber: deu cacha a alguns tripulantes, outros foram obrigados a depor contra o seu comandante e outros foram presos; ordenou ao comandante para não salvar nos anos de S.A.R.; fez o pagamento aos tripulantes em fazendas do almoxarife, caríssimas e podres: idem para os pagamentos à tropa regular e aos filhos da folha, tirando do Cofre de S.A.R. as quantias; indica diversas irregularidades; o comandante para salvar o bergantim, as vidas da guarnição e evitar uma última afronta e insulto, retirou-se do porto da ilha, tendo o governador mandado incompetentemente pelo juiz ordinário mais velho, por ser da sua fação e sendo matérias da Fazenda, proceder a um Sumário, instruindo antes as testemunhas no seu quartel, que não têm outro remédio senão jurar e fazer o que ele quer.