OFÍCIO do governador de São Tomé e Príncipe, Luís Joaquim Lisboa, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar] conde das Galveias [D. João de Almeida Melo e Castro] a pedir instruções sobre se poderão vender escravos aos vassalos espanhóis, a troco de fazendas ou dinheiro, que são da maior necessidade para a continuidade do comércio da costa de África, do qual o povo das ilhas tira a sua subsistência; e também, porque não podem comprar géneros próprios para o resgate aos navios portugueses que nelas aportam, e o dinheiro para o tráfico comum, visto não haver neste governo, moeda de cobre ou prata, fazendo-se todos os negócios por permutações ou a troco de ouro em pó, que está completamente falsificado; considera que S.A.R. terá grandes vantagens, quando estabelecer um direito sobre cada cabeça de escravo novo, que se vender aos espanhóis que tocarem nestas ilhas, porque sempre foi livre vendê-los aos mesmos espanhóis e franceses, independentemente da contribuição que indica.