OFÍCIO do governador de São Tomé e Príncipe, Luís Joaquim Lisboa, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar] conde das Galveias [D. João de Almeida Melo e Castro] sobre as calúnias dirigidas contra si e contra o sargento-mor Raimundo José da Cunha Matos, por alguns moradores pretos e pardos da ilha do Príncipe; participa que ordenou ao capitão-mor da ilha de São Tomé, João Ferreira Guimarães, para que em conjunto com o juiz ordinário mais velho, Manuel Pedro Branco, procedessem a uma inquirição sobre estas injustiças e vexames, tendo sido enviado o capitão-mor à ilha, e logo tomou conhecimento, que o vigário colado da freguesia de Nossa Senhora da Conceição da ilha do Príncipe, padre João Dias da Conceição, era o chefe de todas as desordens ali acontecidas e para evitar mais distúrbios, ordenou que o mesmo fosse recolhido na escuna Artilheira, estando agora preso na fortaleza de São Sebastião; pela inquirição feita, vê-se claramente que o dito padre é o cabeça dos motins contra os europeus; participa que todos os documentos trazidos pelo capitão-mor, estão-se a tresladar e serão remetidos na primeira embarcação que sair para o Brasil, juntamente com o padre; informa que a tranquilidade voltou à ilha do Príncipe e que a escuna Artilheira vai ser enviada para as ilhas de Ano Bom, São Mateus e Fernando Pó.