OFÍCIO do governador de São Tomé e Príncipe, Luís Joaquim Lisboa, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar] conde das Galveias [D. João de Almeida Melo e Castro] em que, dando cumprimento ao aviso real de 19 de Abril de 1811, remete um caixote com garrafas cheias de uma preparação, que dizem ser útil na cura dos cancros, os nomes das ervas e a receita para a sua preparação; participa que no Brasil há a maior parte das ervas atrás referidas, parecendo-lhe desnecessário remeter as que lá se podem encontrar; descreve os tratamentos executados nestes casos e as características da moléstia, havendo dúvidas na denominação cancro, pois os habitantes das ilhas chamam cancro a qualquer inflamação que procede um tumor, havendo pessoas que acham que a moléstia, não passa do princípio de um carbúnculo maligno; refere o denominado óleo de São Tomé, que é o principal agente no maravilhoso curativo e é aplicado a todas as moléstias externas e internas, tendo grande poder na cura das feridas; também a cura das doenças venéreas com certas raízes denominadas Coácos é prodigiosa; considera que a ilha deveria ser estudada por um naturalista, pois alguns sábios ingleses que aqui aportaram, elogiaram estas produções vegetais, as quais não sabemos utilizar.