OFÍCIO do governador de São Tomé e Príncipe, Luís Joaquim Lisboa, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar] conde das Galveias [D. João de Almeida Melo e Castro] a remeter dois documentos que mostram a continuação da tomada de navios portugueses pelas forças navais inglesas, que roubam a carga dos navios e chegam a desmantelar os mesmos; participa que o comandante da fragata britânica Comus, pretende aportar a alguma destas ilhas, a fim de se fornecer de víveres e mantimentos, como de costume; estas ações hostis, têm como objetivo arruinar a navegação portuguesa e em consequência os habitantes das ilhas, que ficam impedidos de continuar o giro do seu comércio, até porque os negociantes do Brasil não vão querer continuar um comércio que os arruína; também deixarão de ter escravos para cultivar as suas terras, ficando as suas embarcações retidas nos portos; tudo isto se baseia nas ordens do almirantado inglês, respeitantes à proibição do comércio da escravatura pelos portugueses, a norte do Equador; pede urgentes providências, pois só S.A.R. poderá acudir, a fim de se atalharem tais procedimentos; atendendo ao estado de fraqueza da colónia, os ingleses tornaram-se ainda mais arrogantes e exigentes.