CARTA do governador de São Tomé e Príncipe, João Baptista e Silva Lagos, ao rei [D. João VI] sobre: chegada de algumas embarcações do Brasil, trazendo gazetas da Bahia, que noticiam o juramento da constituição e a formação de um governo provisório; nestes papéis vinha um decreto impresso, a participar que S.A.R. havia anuído e feito o mesmo juramento; convocação do senado da câmara; inquietação geral; convocação de uma assembleia do clero, senado da câmara, oficiais superiores, comandantes de corpos e povo, para tranquilizar a situação; nova agitação para que ele consinta dois adjuntos ao governo geral, o padre Faustino Dias de Andrade e o capitão-mor governador da ilha de São Tomé, Duarte José da Silva; chegada de um brigue francês vindo da ilha do Príncipe, trazendo um ofício do governador a participar-lhe que formaram um governo provisório, tendo-o excluído; justifica a razão de estar na ilha de São Tomé; informa que depois de uma penosa viagem de 80 dias na escuna Artilheira, trouxe pequenas árvores de cacau que mandou plantar, o que juntando-se ao café que já tinha introduzido proveniente do Brasil, resulta que as ilhas ficam com dois géneros mercantis de muita extração; agradece ter sido escolhido para governar as ilhas pela 3ª vez, e roga a S.M. que providencie acerca da separação do governo em que se encontram as duas ilhas.