CARTA do conselheiro que serve de secretário do Conselho Ultramarino, desembargador João António Rodrigues Ferreira, ao rei [D. Miguel] sobre os rendimentos públicos de São Tomé e Príncipe, que possam suportar o estabelecimentos de ordenados, que apesar da insalubridade do país, estimulem alguns europeus a estabelecerem-se ali, como mestres régios de Primeiras Letras e Latim, ou de alguma outra arte ou ciência; pede nova informação ao governador da colónia, perguntando se existe algum convento ou casa religiosa regular, que possa ser incumbida desse magistério; informa que no passado, as ilhas tiveram 200 a 300 engenhos de açúcar e culturas de caneleiras e algodão, sendo prósperas, estando no presente tudo acabado e arruinado de acordo com a informação do governador; sugere o envio para governador geral de um homem de génio que possa recuperar as fábricas de açúcar, adiantando-se aos lavradores algumas quantias, debaixo de hipotecas seguras para o reembolso da Fazenda Real em tempo oportuno, bastando para isto tudo cerca de 50 contos de réis; pede para S. M. ordenar a execução das ordens que estavam em vigor antes da mudança da Corte para o Rio de Janeiro, pelas quais, cada um dos governadores dos domínios ultramarinos, era obrigado a enviar ao Régio Tribunal do Conselho Ultramarino, a estatística da respetiva capitania.