CARTA dos [oficiais da câmara] de São Paulo da Assunção de Angola, ao rei [D. João V] sobre terem reunido os principais homens da governação para decidir como sustentar aquele reino sem tanto empate da Fazenda Real e terem considerado que se desempenharia a Fazenda Real se o contrato real, o dos vinhos e das aguardentes não fossem arrematados e corressem por conta de Sua Majestade, e se de Angola fosse verba para a Corte para se empregar em fazendas e com elas se pagar aos soldados; alertando que era preferível abolir a proibição de negócio imposta aos governadores, militares e capitães-mores, porque isso e o consequente aumento de soldos não diminuíra os prejuízos dos moradores e até aumentara as despesas da Fazenda Real; sugerindo que os contratos que corressem pela Fazenda Real fossem trienais e que sendo o feitor o seu administrador, fosse aumentado e prestasse contas anualmente; pedindo que os governadores não fizessem despesas grandes sem ouvirem os oficiais da câmara e que o negócio nos sertões fosse livre.