CARTA do [governador de Cabo Verde], Francisco Martins de Sequeira, ao rei [D. Filipe II], sobre o que escreveu em 1612 acerca da situação de miséria e descontentamento na ilha de Santiago, devido à falta de registos do trato da Guiné e de pagamento das ordinárias, tendo os cidadãos reunido na câmara e feito postura, que o signatário não confirmara, para que os panos e géneros corressem como dinheiro, mas o clero e os leigos revoltaram-se, querendo ir embora, recusando provimentos e acusando o governador em vez do contratador, João Soeiro; referindo que Diogo Ximenes Vargas e Ambrósio Dias Rebelo eram devedores da Fazenda Real, por fazendas que tiraram da nau de Francisco Ricalde, tomada na Guiné por falta de licença; alertando para a conveniência de fazer contrato para as ilhas de barlavento; afirmando ter sabido por parentes em Lisboa que, por ordem régia, os rendimentos da sua fazenda foram sequestrados sem declaração de causa ou culpa, pelo que pedia que por seus procuradores pudesse provar a sua inocência e os informadores fossem castigados.