CARTA do desembargador e ouvidor geral das ilhas de Cabo Verde, Francisco Xavier de Araújo, ao rei [D. José] queixando-se dos excessos, agravos e maus procedimentos do desembargador, sindicante do antigo governador, [João Zuzarte de Santa Maria], e provedor da Fazenda Real, Custódio Correia de Matos, mandando embargar e executar os seus bens sob alegada acusação de serem procedentes das fortificações da ilha e da consignação de outras aplicações, acusando-o por abandono de lugar, de ser um levantado, de ter instigado à desobediência e amotinado os capitães e gentes da ilha de São Nicolau contra o referido sindicante, quando este ali fora em correição e de pôr em causa a sua jurisdição, em particular na acção que fora interposta pelo administrador do contrato da urzela [João Gomes da Silva] contra o meirinho, Alberto Caetano Barreto, para quitação das contas do tempo que servira de administrador particular do contrato da urzela naquela ilha; e pedindo, para clareza dos seus procedimentos em relação à sua residência, que esta fosse tirada com base nas propostas que apresentava, de entre as quais, nomear-se como responsável de todo o processo de sua arguição, o próprio sindicante, Custódio Correia de Matos, e como testemunhas, o novo governador, Luís António da Cunha de Eça, seu cunhado, João Delgado Figueira e primos, o capitão-mor, João Pereira de Carvalho e seu filho, o coronel António de Barros Bezerra [de Oliveira].