OFÍCIO (minuta) do [secretário de estado da Marinha e Ultramar, Diogo de Mendonça Corte Real], ao desembargador, Custódio Correia de Matos, sobre as ordens expedidas pelo Conselho Ultramarino na sequência da consulta e resolução de 21 de Novembro, sobre a conta que deu acerca do miserável estado em que se encontravam todas as ilhas de [Cabo Verde], por não haver embarcações para transporte de mantimentos, pela falta de comunicação, do que resultava, como consequência, a diminuição dos rendimentos da Fazenda Real, por não existir fiscalização da administração dos feitores das diferentes ilhas, e pela falta de párocos para o serviço espiritual dos seus moradores e justiça; e sobre a recomendação régia para averiguar as diligencias que lhe tinham sido incumbidas no sentido de promover o comércio entre as ilhas para aumentar as rendas reais, animando os seus habitantes à construção de pequenas embarcações para fomentar o tráfico e comunicação, promover e desenvolver a cultura e fabrica de algodão, que pela sua qualidade, tão boa como o da Ásia, podiam fabricar-se panos brancos ou fazer o comércio do algodão em rama, e examinar as produções das madeiras nas suas qualidades e sementes e, principalmente na ilha de Santiago, verificar a possibilidade de estabelecimento de uma fabrica de anil.